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Estado de conservação: pelas fotos CONCLUSÃO
apresentadas, classificamos o imóvel no estado 3,5
– Reparos simples a importantes (Ross–Heidecke), O presente trabalho permite
o qual, segundo FIKER (2005:54), trata-se de casos eliminar a seguinte lacuna: a inexistência
onde a edificação possa ser recuperada (...) após de procedimentos uniformes no cálculo do
reparos de fissuras e trincas, e com estabilização dano ao erário acarretado pela depreciação
e/ou recuperação localizada do sistema estrutural. das obras públicas paralisadas.
Entrando-se na tabela de Ross-Heidecke com o O acesso do auditor de obras
percentual de duração de 10/60 = 17% e com o estado públicas à planilha orçamentária e às
3,5 encontra-se, após interpolação, o coeficiente medições do empreendimento, será
Ross-Heidecke equivalente a 39,9% ou 0,399. elemento facilitador no conhecimento do
Ou seja, de acordo com o método técnico total de recursos efetivamente aplicados
para cálculo de depreciação de Ross/Heidecke, – informação fundamental quando se
39,9% do valor depreciável foram perdidos, deseja determinar a depreciação.
principalmente em função do precário estado de Demonstrou-se que o estado de
conservação da edificação. conservação do imóvel possui grande
Uma vez que, segundo FIKER (2005:53) influência na depreciação física do imóvel
o valor depreciável em edifícios comerciais – um imóvel conservado deprecia-se mais
representa 80% do custo global, o percentual lentamente que aquele mal conservado.
dos valores aplicados na edificação (custo global) Portanto, para se cumprir o objetivo
perdidos em função da depreciação (denominado de minimizar o dano ao erário imposto
valor da depreciação) equivale a: pela depreciação, torna-se necessário a
adequada conservação e manutenção das
Valor da depreciação = 39,9% do valor
depreciável. obras públicas paralisadas. O próprio
custo de conservação e manutenção do
Como o valor depreciável = 80% do custo empreendimento paralisado também
global; temos que: pode ser considerado um dano, uma vez
Valor da depreciação = 39,9% de (80% do que a edificação não estará atendendo
custo global), perfazendo: aos interesses da população.
VALOR DA DEPRECIAÇÃO = 31,92% A proposta metodológica
DO CUSTO GLOBAL. apresentada, fundamentada nas normas
brasileiras de avaliação de bens imóveis,
Ou seja, apenas 10 anos após a paralisação contribui ainda para demonstrar a
do empreendimento, em função da inexistência de importância da engenharia de avaliações
manutenção e conservação do imóvel, aplicando- para os setores de engenharia das Cortes
se metodologia para o cálculo da depreciação de Contas brasileiras.
alinhada às normas brasileiras de avaliação de
bens imóveis, foi possível apurar que 31,92%
dos valores aplicados na edificação teriam sido
perdidos em função da depreciação.
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