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Ante o exposto, existe uma diferença entre Para que seja obtido um parâmetro
escopo da estimativa de custos e escopo do confiável de contingência, o número de
contrato. O primeiro refere-se à definição do objeto iterações deve ser suficientemente grande,
como um todo, contemplando todos os itens bem como baseado em dados históricos
necessários para a consecução do seu projeto e ou em informações sobre as variações
que constam dos cálculos da estimativa de custos. observadas nos custos unitários dos
Já o segundo refere-se à definição do objeto de serviços. Na falta desses dados, pode-
um contrato (este pode estar relacionado somente se recorrer ao uso dos parâmetros de
à parte de uma estimativa) e determina a divisão de produtividade variável da TCPO.
riscos entre o contratante e o contratado. Por esses De posse do histograma dos
motivos, a Orientação Técnica IBR 004/2012 do valores de saída (outputs), a contingência
Ibraop deixou consignado que a simples imprecisão é calculada de forma que exista 50% de
do orçamento não deve ser considerada como risco probabilidade de que o valor do orçamento
ou contingências do construtor, sendo indevida sua estimado com essa contingência seja
inclusão no BDI do orçamento de obras públicas.
superior ao custo real do empreendimento
Por fim, o modelo apresentado exige que e que haja idêntica probabilidade de que o
as variáveis aleatórias sejam independentes, de orçamento final da obra seja inferior ao valor
forma que o valor de um serviço não influencie da estimativa de custo com contingência.
no resultado de outro item. Quando os inputs não Assim, a definição de contingência utilizada
puderem ser considerados independentes entre si, estipula um percentual estatisticamente
a modelagem do risco pelo método de Monte Carlo justo de remuneração para o construtor em
deverá utilizar uma matriz de covariância entre os função dos riscos por ele assumidos.
dados de entrada, apresentando as relações de
dependência entre as diversas variáveis aleatórias.
REFERÊNCIAS
6. CONCLUSÃO BIBLIOGRÁFICAS
AACE INTERNATIONAL. Reco-
A Simulação de Monte Carlo é uma ferramenta mmended Practice Nº 17R-97:
poderosa para a quantificação dos riscos de Cost Estimate Classification
construção, possibilitando a estimativa de um System. Estados Unidos: 2003.
percentual de contingência para compor a taxa do
BDI do orçamento. . Recommended Practice Nº 18R-
97: Cost Estimate Classification
O modelo proposto para simulação do System – as Applied in
orçamento trata os custos unitários e os quantitativos Engineering, Procurement, and
de cada serviço como variáveis aleatórias (inputs), Construction for the Process
atribuindo-lhes valores aleatórios segundo uma Industries. Estados Unidos: 2005.
distribuição de frequência pré-determinada. O . Recommended Practice Nº
resultado de cada iteração do método produz o 40R-08: Contingency Estimating
custo total do orçamento (ou de sua curva ABC), – General Principles. Estados
denominado output da simulação. Unidos: 2008.
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