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Em que   é o desvio padrão da variável aleatória e N é o número de iterações. Ou seja, quanto
                  maior o número de iterações, menor será o erro da SMC.



                        3. A MODELAGEM DOS RISCOS


                        No modelo desenvolvido, os riscos envolvidos na variação de custos unitários podem ser
                  decompostos em três parcelas mais importantes: variação na produtividade da mão de obra, variação
                  no consumo de materiais e variação na produtividade de equipamentos.

                        As incertezas nos valores dos salários e dos materiais, embora existam, não serão consideradas
                  no exemplo exposto, pois têm seu impacto atenuado por reajustes contratuais e pela possibilidade
                  de realização prévia de contratos com fornecedores. Outros tipos de risco podem ser segurados ou
                  mitigados por instrumentos de hedge, de forma que os custos relativos a tais instrumentos sejam
                  considerados em outras rubricas do orçamento, e não propriamente nas contingências.

                        É  recomendável  que  a  análise  se  concentre  prioritariamente  nos  itens  mais  relevantes  do
                  orçamento, obtidos mediante a elaboração da curva ABC de serviços. Estender o processo para os
                  demais serviços pode desviar a atenção para parcelas que não representam riscos significativos,
                  comprometendo a adequada avaliação dos fatores de risco mais importantes.

                        A escolha do modelo de distribuição de frequências é uma importante etapa da SMC. O ideal é
                  contar com uma base histórica de riscos verificados nos projetos do tipo que se quer orçar, permitindo
                  o uso de métodos estatísticos, tais como testes de aderência ou programas de ajuste de curvas, para
                  encontrar uma distribuição de probabilidade que melhor represente uma determinada variável.

                        A distribuição lognormal é uma alternativa para representar a distribuição de probabilidade
                  dos custos unitários de cada serviço, pois costuma ser utilizada para modelar a duração de algum
                  fenômeno físico, que não pode apresentar valores negativos. Além disso, como os custos dos serviços
                  tendem a ser subestimados, a distribuição a ser adotada deve apresentar um cauda mais longa para a
                  direita, a exemplo da distribuição lognormal. Outras distribuições podem ser utilizadas, tais como a
                  distribuição beta ou a distribuição triangular, esta última quando não se dispõe de informações sobre
                  o comportamento da variável a ser simulada.



















                        Para modelar as incertezas nos custos unitários dos serviços, podem ser utilizados os parâmetros
                  de produtividade variável presentes na TCPO, admitindo-se que a variação dos custos unitários dos


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