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subestimadas, de variações nas condições climáticas, de quebra de equipamentos, de furtos
                  e roubos de materiais, de acidentes diversos, de perda de produtividade da mão de obra, de
                  descumprimento dos prazos contratuais e de consumo excessivo de materiais, bem como os
                  riscos operacionais, de mercado (variação cambial, variação da taxa de juros etc.), político,
                  legal, trabalhista e de crédito (inadimplência de fornecedores ou do órgão contratante).

                        A quantificação da contingência ganha relevância especial nas contratações integradas,
                  novo  regime  de execução contratual  instituído  pelo  RDC,  em que  são  vedados  os  aditivos
                  contratuais, a não ser em situações extraordinárias. Assim, é necessário quantificar os riscos
                  que impactam a estimativa de custo da obra, incluindo no seu orçamento um adicional de risco,
                  que servirá para remunerar o contratado pelos riscos a ele transferidos.

                        Nesse sentido, foi publicado o Decreto 8.080/2013, incluindo os §§ 1º e 2º no artigo
                  75º do Decreto 7.581/2011, admitindo-se a possibilidade de inserção do adicional de risco nos
                  orçamentos das contratações integradas.
                        Existem alguns métodos para a mensuração de contingências contemplando tanto análises
                  qualitativas - baseadas na experiência do estimador - como também avaliações quantitativas.
                  A análise quantitativa de riscos tem a função de analisar numericamente a probabilidade de
                  ocorrência de cada risco, identificando o seu impacto no custo da obra, conforme exemplificado
                  na tabela seguinte:



                   Evento Relacionado ao Risco  Probabilidade de  Impacto do Evento -  Valor Monetário do Evento de Risco
                                          Ocorrência (%)  Ganho ou Perda (R$)

                   Evento 1               P1             I1                R1 = P1 x I1

                   Evento 2               P2             I2                R2 = P2 x I2
                   Evento 3               P3             I3                R3 = P3 x I3

                   ...                    ...            ...               ...
                   Evento n               Pn             In                Rn = Pn x In

                   Total                                                   ∑Ri = ∑Pi x Ii
                        Tabela 1 – Exemplo de tratamento quantitativo dos riscos.



                        Esse tipo de abordagem tem como limitações a subjetividade da análise e a dificuldade de
                  serem obtidos dados históricos para estimar tanto a probabilidade quanto o impacto de cada risco.
                  Também considera apenas um cenário entre os diversos possíveis.

                        Atualmente, as Simulações de Monte Carlo (SMC) são uma das melhores formas de abordagem
                  dos riscos sob um enfoque quantitativo. Tais simulações representam um método de avaliação que
                  possibilita uma análise probabilística do problema, tratando-se de uma ferramenta universal para
                  a solução de problemas matemáticos. As SMC são utilizadas com frequência em várias áreas do
                  conhecimento, tais como Física, Química e Finanças.




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