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Figura 5 – Esquema básico para a preservação de rodovias
                        Pela própria forma de atuar (minimizando os custos da manutenção, antecipando-se aos
                  problemas maiores e conferindo maior confiabilidade ao processo), produz, comparativamente
                  a outra abordagem, a sobra de recursos financeiros que, de outra forma, seriam utilizados
                  para grandes restaurações. Não por outro motivo, o gerenciamento da manutenção consegue
                  abranger uma quantidade maior de itens de patrimônio a serem preservados. A Figura 5 procura
                  ilustrar esse processo.

                        Compare-se na Figura 6 as duas situações extremas: a) a situação representada na Figura
                  3, onde as intervenções visam restaurar a condição de serventia do pavimento; e b) a situação
                  representada na Figura 5, onde os custos das intervenções visam preservar a condição de
                  serventia do pavimento. A área sombreada destacada na Figura 6 pretende apenas ilustrar a
                  diferença de eficiência entre uma e outra abordagem, ou seja, àquele que espera a deterioração
                  se instalar para recuperar (Figura 3) e àquele que busca evitar que a deterioração avance para
                  intervir (Figura 5).
                        Ainda, sob a lógica do “cobertor curto”, ao se alocar um montante significativo de recursos
                  para acudir uma rodovia em adiantado estado de deterioração (e que exigem maiores aportes
                  financeiros) deixa-se de acudir outras rodovias que recém adentraram a esse processo (e que
                  exigem menores aportes financeiros). Dessa forma, o cobertor não só é curto, como tende a
                  encurtar cada vez mais, na medida em que as outras rodovias, cada vez mais, adentram no
                  processo crítico.

                        Dito isso, percebe-se que tal abordagem (realização de levantamentos, elaboração de
                  diagnósticos, desenvolvimento dos projetos de engenharia e estimativas de quantidades,
                  composição dos orçamentos, submissão à contratação e execução das intervenções) não
                  consegue subsistir e nem alcançar a agilidade necessária num prazo razoável no âmbito da Lei
                  de Licitações e Contratos Administrativos.

                        De outra parte, a alternativa concessão rodoviária (abordagem que consegue alcançar a
                  agilidade necessária) exige um volume mínimo de veículos para apresentar viabilidade econômica
                  e financeira (já se mencionou que seria na ordem de mais de 4000 veículos dia).


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