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É importante destacar que este método não substitui os estudos de viabilidade tradicionais, ne
muito menos o projeto básico e projeto executivo, empregados para obtenção de orçamentos analíticos
com maior grau de precisão. O método simplesmente acrescenta uma análise de risco experimental,
nos momentos iniciais da tomada de decisão, quando o grau de incertezas é muito grande, semelhante
a adoção de um coeficiente de segurança em cálculos estruturais.
Em suma, o presente trabalho entende que uma forma de melhorar a estimativas iniciais de
custo-benefício de empreendimentos de infraestrutura brasileiros é a suplementação das avaliações
tradicionais com uma análise de risco empírica baseada em resultados anteriores de projetos similares
(de uma mesma categoria), tal como o proposto no método “Reference Class Forecasting”. Assim, as
estimativas de custo e prazo de um determinado projeto deveriam contabilizar o histórico de projetos
passados similares. Isso permitiria mensurar se um determinado projeto é realmente viável, mesmo
quando seus custos são ajustados com base nas experiências passadas de obras similares.
4.2. Monitoramento Contínuo da Viabilidade
Sabidamente, os riscos e incertezas são maiores no início do projeto, diminuindo à medida
que as decisões são tomadas e as entregas são aceitas. Porém, em sentido oposto, os custos das
mudanças e correções de erros geralmente aumentam de forma expressiva à medida que o projeto
se aproxima do término (Figura 2).
Figura 2 - Impacto dos riscos e custos ao longo do tempo do projeto (PMI, 2014)
Conforme pode ser visto na figura anterior, fica claro que quando mais tarde for feita uma
determinada mudança no planejamento, mais custosa será essa alteração. Por exemplo, quando um
empreendimento de grande porte é considerado inviável já nos estudos preliminares de viabilidade
(EVTEA), e é abortado, os prejuízos são quase insignificantes, sendo perdido apenas os recursos
empregados na elaboração do estudo. Se o empreendimento é descoberto como inviável durante o
aprofundamento dos estudos na etapa do projeto básico, os prejuízos sobem um pouco em razão
dos maiores custos com levantamentos de campo e ensaios, porém ainda continuam baixos. Se
o empreendimento for considerado inviável e for abortado depois do início das obras, devido a
descoberta de custos extras ou mesmo a queda das demandas previstas, os custos envolvidos
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